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16 dezembro, 2010

Christian Bale finalmente receberá sua primeira indicação ao Oscar, em "O Vencedor" (The Fighter).

Aos 37 anos (23 de carreira), o galês  CHRISTIAN BALE está na reta final para receber sua primeiríssima indicação ao Oscar, como Ator Coadjuvante, no drama "O Vencedor" (The Fighter), no qual interpreta o irmão-mentor de um boxeador com a mesma ferocidade e empenho que o elevaram ao patamar de um melhores atores de sua geração.

Ele não ter recebido até hoje uma indicação ao prêmio da Academia é no mínimo uma injustiça, visto que nos últimos anos ele entregou interpretações vigorosas e brilhantes em filmes como "O Operário" (The Machinist, 2004), "Os Indomáveis" (3:10 to Yuma, 2007), "O Sobrevivente" (Rescue Down, 2006), além de "O Grande Truque" (The Prestige, 2006) e suas duas contribuições como Batman.


Bale é um ator extraordinário.  Ele pode personificar o mocinho delicado e romântico, como em "Adoráveis Mulheres" ( Little Women, 1994), um explorador inglês disputando o amor de Pocahontas, como no belíssimo filme de Terrence Malick, "O Novo Mundo" (The New World, 2005) ou um assassino desalmado e amedrontante, como em "O Psicopata Americano" (American Psycho, 2000).


Ele estreou aos 12 anos, como o menino que se perde dos pais e que se salva através de sua paixão pela vida e por aviões no arrebatador "Império do Sol" (Empire of the Sun, 1987), um dos melhores filmes da carreira de Steven Spielberg.


 É peculiar também seu registro dramático no excelente "Laurel Canyon -  A Rua das Tentações", dirigido com competência pela ótima Lisa Cholodenko, que este ano lançou "Minhas Mães e Meu Pai" (The Kids are Alright).

Este ano, ele deve enfrentar na categoria Melhor Ator Coadjuvante o veterano Geoffrey Rush, no papel do fonoaudiólogo em "O Discurso do Rei" (The King's Speech), Jeremy Renner (de "Guerra ao Terror") em "Atração Perigosa" (The Town), John Hawkes, em "Inverno da Alma" (Winter's Bone) e Mark Ruffalo em "Meus Pais e Minha Mãe" (The Kids Are Alright).
Pelo papel do abatido boxeador em "O Vencedor" (The Fighter), Bale (que emagreceu quase tanto quanto em "O Operário") já venceu o National Board of Review e a Associação dos Críticos de Boston e Washington, além de indicações ao Globo de Ouro, Satellite, Critic's Choice e Independent Spirit Awards.
É o favorito até agora na categoria.

Pela carreira brilhante e pela extrema dedicação e talento ele merece este prêmio a esta altura de sua trajetória como um dos grandes atores de sua época.

13 dezembro, 2010

México, França, Canadá e Turquia são os prováveis indicados ao Oscar de Filme Estrangeiro.


65 países enviaram seus filmes para tentar uma das cinco vagas da prestigiada categoria Melhor Filme Estrangeiro, no Oscar 2011. Há alguns anos, estas cinco indicações ficavam algo "restritas" a filmes europeus, e uma ou outra nomeação para um filme asiático ou latino. Hoje, a Academia passou a ser geopoliticamente correta e pulveriza as cinco indicações aos vários continentes.




Adicionar lege


Entre os prováveis concorrentes este ano, o mexicano "BIUTIFUL", de Alejandro Gonzalez-Iñarritu (Palma de Ouro em Cannes para Javier Bardem). Iñarritu tem no currículo filmes incríveis como "Amores Brutos" (Amores Perros), "21 Gramas" (21 Grams) e "Babel". Indicado ao Globo de Ouro de Filme Estrangeiro.

O canadense "INCENDIES" (falado em francês e árabe) narra a jornada de descobertas pessoais de dois irmãos gêmeos, em direção às origens e raízes muçulmanas de seus sangues.  A indústria dificilmente o deixará de fora nessa premiação. Foi um enorme sucesso no Festival de Toronto, um dos maiores termômetros dos filmes que serão concorrentes ao Oscar.





Do Peru, o drama "CONTRACORRIENTE", exibido no Brasil na Mostra de São Paulo, sobre as desventuras emocionais de um pescador casado, sua mulher grávida e seu oculto relacionamento com outro homem, numa comunidade litorânea de pensamentos ainda arcaicos. Vencedor do grande prêmio do público no último Festival de Sundance.



O francês "DES HOMMES ET DES DIEUX", de Xavier Beauvois, é desde já um dos favoritos. Monges, muçulmanos, fundamentalismo e a guerra civil na Argélia, nos anos 90, é o pano de fundo deste drama que venceu o National Board of Review de Melhor Filme Estrangeiro.




O sul-africano "CHANDA'S SECRETS" (Life, Above All) é um drama universal com tintas fortes sobre lealdade, força e coragem de uma garotinha de 12 anos (a estreante Khomotso Manyaka), que luta pela sua família numa comunidade acerca de Johannesburgo.


A Turquia pode receber sua primeira indicação na categoria com o delicado drama "UM DOCE OLHAR" (Bal), sobre o relacionamento silencioso e profundo entre pai-e-filho. Já disponível em DVD no Brasil. Vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim, há um ano.

A Argentina pode concorrer novamente com o vigoroso "ABUTRES" (Carrancho), de Pablo Trapero, com Ricardo Darín e Martina Guzman (ótima), sobre o alto índice de mortes em acidentes de trânsito e um romance como mote principal.

Da Tailândia, "TIO BONMEE QUE PODE RECORDAR SUAS VIDAS PASSADAS", de Apichatpong Weerasethakul, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, e incensado pelos críticos.

Minhas apostas pessoais vão para:

"EASTERN PLAYS", da Bulgária, sobre o relacionamento conflituoso entre dois irmãos, um deles, neonazista.


Da Islândia, "MAMA GÓGÓ, um drama com toques de comédia sobre um homem às voltas com problemas financeiros e a mãe que começa a apresentar sintomas de Alzheimer.


Deve entrar na lista também o inusitado "STEAM OF LIFE" (Miesten Vuoro), da Finlândia, fala sobre homens e mulheres de várias faixas etárias que abrem seus corações e seus desabafos em saunas a vapor construídas ao redor de suas casas rurais.
 

De Portugal, "MORRER COMO UM HOMEM", de João Pedro Rodrigues, sobre a vontade de uma transexual de refazer o dolorido caminho de volta. Uma transição às avessas para tornar-se homem novamente. Fados, cafonices e algum drama neste interessante filme, exibido no Festival Mix Brasil de 2009.



A Itália enviou "LA PRIMA COSA BELLA", sobre  um professor misantropo que retorna à sua cidade-natal e ao leito de morte de sua mãe e relembra fatos do passado, como o desejo dela de ser atriz.


A Espanha escolheu "TAMBIÉN LA LLUVIA", com Gael García Bernal e Luis Tosar, como cineastas que viajam à Bolívia para filmar um longa sobre Cristóvão Colombo.



O Chile enviou "LA VIDA DE LOS PECES", de Matias Bize ("En La Cama"), sobre o retorno ao passado de um homem.



"DEL AMOR Y OTROS DEMONIOS" (De Amor e Outros Demônios), baseado no famoso livro de Gabriel García Marquez, é a aposta de Costa Rica. Pelo trailer, muito fraco. Não será desta vez.

Da Alemanha, o muito elogiado "DIE FREMDE" (When We Leave), sobre uma mulher de origem turca, o relacionamento conflituoso com a familia e a reconstrução de sua nova vida na Alemanha. Atuação muito prestigiada da atriz SIBEL KEKILLI, de "Contra a Parede" (Gegen Die Wand, 2004).
 Da Nicarágua, uma garota pobre sonha em ser boxeadora, em "LA YUMA".

O Brasil enviou o irregular "LULA", de Fabio Barreto (que já concorreu com "Quatrilho"), mas somente se um milagre acontecer ele entrará nesta prestigiada e sonhada lista.

11 dezembro, 2010

"QUANTO DURA O AMOR?", o inebriante filme de Roberto Moreira sobre paixões assimétricas em São Paulo, agora em DVD.

Quando o diretor Roberto Moreira juntou-se à atriz Sílvia Lourenço há alguns anos para escrever o roteiro de um filme que a principio seria uma comédia dramática, não pensaram que a edição final os empurraria a tratar de desencontros e amores efêmeros tendo como pano de fundo uma cidade que fala e cala por si mesma. "Condomínio Jaqueline", o projeto inicial, transmuta-se no título que questiona e indaga acerca do objetivo de felicidade de muitos.

O condomínio continua lá, no cruzamento das avenidas Consolação e Paulista, alguns personagens são os mesmos (outros cairam na edição), a fotografia exibe uma São Paulo inebriante, iluminada por neons poéticos a la Wong Kar-Wai, faróis de carros como se fossem sangue circulante e os amores expressos que enchem os corações dos personagens de esperanças e possibilidades.

 














Marina (Sílvia Lourenço) é uma jovem atriz que se muda do interior para a capital paulista em busca de seu sonho cosmopolita. Acaba dividindo apartamento com a bela e enigmática advogada Suzana (Maria Clara Spinelli, surpreendente), que está engatando um romance promissor com o galanteador colega de escritório Gil (Gustavo Machado). Marina penetra nos inferninhos da Rua Augusta e envolve-se com a cantora Justine (Danni Carlos), que tem uma relação tumultuada com seu produtor Nuno (Paulo Vilhena). No mesmo condomínio onde moram Suzana e Marina, o vizinho Jay (Fabio Herford), escritor fracassado, apaixona-se pela garota de programa Michelle (Leilah Moreno, hilária), formando um cenário múltiplo de personagens cativantes, sinceros e bem construídos. No elenco ainda temos presenças de ótimos atores como Paula Pretta (aqui também produtora de elenco), que vive Wladia, irmã de Suzana; Sérgio Guizé, que vive Caio, namorado de Marina; e Ailton Graça, que vive o zelador do prédio. Papéis todos eles maiores no roteiro, mas enxugados na edição para dar foco às desventuras dos três nichos amorosos que resultaram em um belo retrato inebriante da solitária capital paulistana.

É inteligente a sutil composição de Sílvia Lourenço para uma moça interiorana, sonhadora na medida e com um sotaque meticulosamente calculado para não parecer caricato. Atriz cada vez mais presente e talentosa, sempre desenhando personagens ricos em nuances e detalhes criativos. Sílvia, que já trabalhou com Antunes Filho, estreou no primeiro filme de Moreira, Contra Todos, pelo qual foi considerada uma revelação e recebeu inúmeros prêmios pela personagem Soninha.




Econômico, seco e carinhoso com seus personagens, Quanto Dura o Amor? (Europa Filmes) é um dos mais significativos filmes brasileiros de 2009 – e que agora chega para venda em DVD e Blu-Ray. Exibe uma megalópole pulsante, dolorida e esperançosa, ao som de canções como "Without You" (de Mariah Carey, na bonita versão de Danni Carlos) e "High And Dry" (Radiohead). Há alguma referência visual do cinema asiático. Não à toa, o bairro da Liberdade foi escolhido como locação para algumas cenas românticas.

E há uma das francas revelações do cinema brasileiro. A magnética Maria Clara Spinelli, linda, misteriosa e ponderada em suas dores contidas em uma bela e hipnótica atuação merecedora do troféu de Melhor Atriz em Paulínia, prêmio que dividiu com Sílvia Lourenço.

Quanto Dura o Amor? é maduro, elegante, e, embora sua narrativa pareça apressada demais, seus personagens perduram em nossa cabeça. Somente os grandes filmes e as boas atuações martelam em nossos cérebros depois de voltarmos para casa.

(Curiosidade: Há 5 anos, o trio formado por Silvia Lourenço, Gustavo Machado e Paulinho Vilhena estava em cartaz com a peça Essa Nossa Juventude, dirigida por Laís Bodansky. Machado também chegou a concorrer ao Shell de Ator. E este filme marca o reencontro dos três, embora não tenham quase nenhuma cena juntos.)

09 dezembro, 2010

Os cotados para Melhor Ator e Atriz começam a ser delineados.

As bolsas de apostas para os prêmios da Academia de Ator e Atriz começam a esquentar. Muitos cotados despontam como prováveis indicados, devido ao prestígio de suas carreiras, pela atuação específica em determinado filme, pelo louvor recebido pelos críticos ou pelos prêmios recebidos pelos festivais ou sindicatos específicos. Para Melhor Ator, o americano JESSE EISENBERG, 26 anos,  desponta como um dos favoritos, pelo papel de Mark Zuckerberg em "A Rede Social" (The Social Network), especialmente depois de vencer o National Board of Review.


É seguido de perto pelo extraordinário COLIN FIRTH, em "O Discurso do Rei" (The King's Speech). Ano passado Firth era tido como um dos favoritos da Academia pelo filme de Tom Ford, "Direito de Amar" (A Single Man), mas acabou sendo esquecido.

JAMES FRANCO pode receber sua primeira indicação por "127 Horas" (127 Hours), de Danny Boyle.
Há 3 anos, ele ficou cotado em listas para concorrer por "Milk", mas acabou não sendo indicado.

O vencedor do ano passado, JEFF BRIDGES, parece ter uma atuação excelente no remake do western "Bravura Indômita" (True Grit), dos irmãos Coen, mas como ele já venceu ano passado, sua indicação seria apenas por puro prestígio. O veterano ROBERT DUVALL pode receber sua sétima indicação por "Get Low", no papel de um homem que planeja o próprio funeral. Outros cotados são: MARK WHALBERG, por "The Fighter", RYAN GOSLING, por "Blue Valentine" e LEONARDO DI CAPRIO, por "Ilha do Medo" (Shutter Island) ou "A Origem" (Inception).




Entre as atrizes a corrida está entre a já cotadíssima e quase favorita ANNETTE BENING, pelo corajoso e sutil papel de lésbica em "Minhas Mães e meu Pai" (The Kids are Alright). Bening concorreu em 1990 por "Os Imorais" (The Grifters), em 1999 por "Beleza Americana" (American Beauty) e em 2004 por "Adorável Júlia" (Being Julia). 









A  britânica LESLIE MANVILLE passa a estar na dianteira, por "Another Year", de Mike Leigh, depois de vencer o National Board of Review, há 2 semanas.  Manville é frequente nos filmes de Leigh, já tendo atuado em "Topsy-Turvy", "Segredos e Mentiras" (Secrets and Lies), "O Segredo de Vera Drake" (Vera Drake) e "Agora ou Nunca" (All Or Nothing).

NICOLE KIDMAN pode receber sua terceira indicação pela personificação da mãe em luto no filme de John Cameron Mitchell, "Rabbit Hole".
Sua atuação foi muito comentada no Festival de Toronto, em setembro. 








A jovem JENNIFFER LAWRENCE, 20 anos,  foi muito elogiada pelo queridinho de Sundance "Winter's Bone".


Outras possíveis indicadas são: NATALIE PORTMAN, por "Cisne Negro" (Black Swan), JULIANNE MOORE (pelo mesmo filme de Bening), SALLY HAWKINS, por "Made in Dagenham", ANNE HATHAWAY, por "Love and Other Drugs" e MICHELLE WILLIAMS, por "Blue Valentine".
Próxima semana será divulgada a lista dos indicados ao Globo de Ouro. Em seguida virão as listas do Screen Actor's Guild (o Sindicato dos Atores) e várias outras premiações de críticos, o que intensifica ou não o favoritismo de alguns concorrentes. A corrida está apenas começando.