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21 julho, 2011

Já existe 'Oscar buzz' em torno dos novos filmes de Cronenberg, Eastwood e Daldry.

Ainda estamos em Julho mas na indústria e no métier já existe burburinho em torno dos possíveis indicados aos principais prêmios do primeiro semestre de 2012: Globo de Ouro, BAFTA, National Board of Review e claro, o Oscar, apenas citando alguns. Já existe "Oscar buzz" circundando algumas produções que ainda estrearão nos próximos meses. Woody Allen deve receber algumas indicações pelo seu delicioso "Meia-Noite em Paris" (Midnight in Paris), o maior sucesso comercial da carreira do neurastênico novaiorquino. Pelo menos na categoria Roteiro Original sua indicação é certa (deve ter como concorrente a comédia também muito bem-sucedida "Missão Madrinha de Casamento" (Bridesmaids).
 "A Dangerous Method", novo filme de David Cronenberg, traz à tona um recorte na vida do psiquiatra suiço Carl Jung, sua amizade com Sigmund Freud, e sua obsessão por uma de suas pacientes, vivida por Keira Knightley. Jung é interpretado pelo incrível e ascendente Michael Fassbender (o Magneto do último "X-Men: First Class"), que pode receber uma indicação para Melhor Ator. Freud é ressuscitado pelo talento de Viggo Mortensen. O filme será exibido em Setembro no Festival de Veneza. O canadense Cronenberg nunca recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Diretor, embora tenha uma filmografia que inclui grandes filmes como "Spider", "Marcas da Violência" (A History of Violence) e "Senhores do Crime" (Eastern Promises). Este talvez seja o filme com o qual ele seja reconhecido com uma indicação ao prêmio.
"J. Edgar", de Clint Eastwood, é desde já um dos mais cotados para Melhor Filme.
Biografia de John Edgar Hoover (Leonardo di Caprio), controversa figura política, chefe do FBI durante quase 50 anos e amante de seu funcionário Clyde Tolson, vivido pelo ótimo Armie Hammer (os gêmeos de "A Rede Social"). O roteiro é de Dustin Lance Black, que venceu o Oscar de Roteiro Original por "Milk".  "Descendants" é o novo projeto do diretor Alexander Payne (de "Sideways" e "As Confissões de Schmidt"), com George Clooney vivendo um homem que precisa reconquistar o amor de suas duas filhas, depois da morte acidental da esposa. Clooney lançará nos próximos meses sua nova direção "The Ides of March", que traz grandes interpretações de Ryan Gosling e Philip Seymour Hoffman. "We Bought a Zoo", baseado no livro de Jonathan S. Foer, é a tentativa de reconhecimento de Cameron Crowe. Há 6 anos o diretor lançou o morno "Tudo Acontece em Elizabethtown". Talvez agora o realizador retome o prestígio que obteve com "Quase Famosos", em 2000 . No elenco, Matt Damon e Scarlett Johansson vivendo um casal às voltas com a administração de um zoológico falido. 
"Extremely Loud and Incredibly Close" é dirigido por Stephen Daldry ("Billy Eliot", "As Horas"), com Tom Hanks e Sandra Bullock, e investiga as feridas do 11 de Setembro. "Cavalo de Guerra" (Warhorse), de Steven Spielberg, pode dar ao diretor uma indicação (a última vez que ele concorreu foi em 2005, por "Munique"). Há quem diga que a nomeação é certa para o francês Niels Arestrup (de "O Profeta"), como Ator Coadjuvante.
"A Árvore da Vida" (The Tree of Life), de Terrence Malick, Palma de Ouro em Cannes de Melhor Filme este ano, estreia no Brasil dentro de algumas semanas, tem grandes chances também. Brad Pitt cotado como coadjuvante.
Entre os filmes estrangeiros já existe especulação em torno do espanhol "La Piel Que Habito", de Almodóvar e do francês "L'Artiste", filme mudo sobre a transição do cinema-mudo para o falado no anos 20, de Michel Hazanavicius, que deu ao seu protagonista, Jean Dujardin, a Palma de Ouro de Melhor Ator em Cannes.
 Dujardin pode ter como concorrentes Gary Oldman no thriller "Tinker, Taylor, Soldier, Spy" e Sean Penn na pele de um rockstar maquiado em "This Must Be The Place".
Entre as possíveis indicadas a Melhor Atriz estão a sempre fabulosa Glenn Close, vivendo uma mulher que se passa por homem na Irlanda do final do século 19, em "Albert Nobbs".  A atriz não concorre ao Oscar há 22 anos (desde "Ligações Perigosas"). Dirigido pelo colombiano Rodrigo García (filho do escritor Gabriel García Marquez), traz no elenco a australiana Mia Wasikowska ("Alice") e Jonathan Rhys Meyers ("Match Point"). Janet McTeer, também vivendo uma 'crossdressing woman', tem chances como coadjuvante. No páreo também está Meryl Streep, que pode receber sua 17a indicação por "A Dama de Ferro" (The Iron Lady), no papel da Primeira Ministra Margaret Thatcher.  As duas podem ter como concorrente Kirsten Dunst, vencedora em Cannes por "Melancolia" (Melancholia), do polêmico Lars Von Trier. Mas depois do papelão antissemita em Cannes, será que seu filme ainda terá prestígio junto aos votantes?
Entre os coadjuvantes, há muitos elogios e comentários para a performance da inglesa Andrea Riseborough, pelo papel de Wallis Simpson, uma americana divorciada que vive um affair com o rei Edward VIII em "W.E.", dirigido por MadonnaViola Davis ("Dúvida") e a novata Octavia Spencer foram muito elogiadas no drama "Vidas Cruzadas" (The Help), sobre preconceito racial no sul dos EUA.
Naomi Watts e Judi Dench estão cotadas em "J. Edgar".  Christopher Plummer deve receber uma indicação como coadjuvante pelo personagem de pai gay que sai tardiamente do armário em "Begginers".  Kenneth Branagh também tem chances pela personificação de Laurence Olivier em "My Week with Marilyn". 
O garoto Thomas Horn pode ser indicado por "Extremely Loud and Incredibly Close".  Albert Brooks vem sendo elogiado em "Drive" (no qual Ryan Gosling vive um dublê).
 Ben Kingsley pode concorrer por "Hugo", a fantasia de Martin Scorsese situada na Paris dos anos 30, com roteiro de John Logan ("Gladiador"), que também escreveu a fabulosa animação "Rango", de Gore Verbinski, até agora a favorita, junto com "Rio", de Carlos Saldanha, para Melhor Animação. Em 2012 parece que a Disney e a Pixar, depois de muitos anos, ficarão de fora na categoria. 

Muitas campanhas ainda serão feitas, muitos estúdios enlouquecerão, Harvey Weinstein (da Miramax) ainda gastará milhões tentando convencer os votantes da qualidade de suas produções (como fez com o mediano "O Discurso do Rei" (The King's Speech).  Adoraria poder dizer "que vença o melhor", mas nem sempre é assim que acontece.