Artigos, críticas e resenhas de filmes, peças de teatro e musicais vistos no Brasil e no exterior.
18 dezembro, 2012
Melhores de 2012 - CINEMA BRASILEIRO
Filme: "À BEIRA DO CAMINHO"
2º lugar: "HELENO"
Diretor: CAO HAMBURGER ("Xingu")
2º lugar: Breno Silveira ("À Beira do Caminho" e "Gonzaga - De Pai para Filho")
Ator: RODRIGO SANTORO ("Heleno")
2º lugar: Gustavo Machado ("Eu Receberia As Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios" e "Disparos")
Atriz: CAMILA PITANGA ("Eu Receberia As Piores Notícias Dos Seus Lindos Lábios")
2º lugar: Hermila Guedes ("Era Uma Vez Eu, Verônica")
Ator Coadjuvante: ZÉ CARLOS MACHADO ("Eu Receberia As Piores Notícias Dos Seus Lindos Lábios")
2º lugar: Adélio Lima ("Gonzaga - De Pai para Filho")
Atriz Coadjuvante: CYRIA COENTRO ("Gonzaga - De Pai para Filho")
2º lugar: Dedina Bernardelli ("Disparos")
Roteiro Original: "Disparos" (Juliana Reis)
2º lugar: "Cara ou Coroa" (Ugo Giorgetti)
Roteiro Adaptado: "Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios" (Beto Brant, Marçal Aquino, Renato Ciasca)
Fotografia: "Heleno" e "Febre do Rato (Walter Carvalho)
Trilha Sonora: "Era Uma Vez Eu, Verônica" (Tomaz Alves Souza e Karina Buhr)
Edição: "Paraísos Artificiais" (Quito Ribeiro)
Direção de Arte: "Era Uma Vez Eu, Verônica" (Marcos Pedroso)
Figurino: "Heleno" (Valeria Stefani)
Efeitos Visuais: "2 Coelhos" (Sergio Farjalla Jr, Purvez Amirali, Mauro Baptistella, Carlos Faia)
Maquiagem: "Gonzaga - De Pai para Filho" (Martin Macias Trujillo)
PIOR FILME BRASILEIRO DO ANO: "E A VIDA CONTINUA"
Revelações: Alison Santos ("Gonzaga - De Pai Para Filho")
Vinícius Nascimento ("À Beira do Caminho")
João Pedro Zappa ("Disparos")
08 agosto, 2012
Previsões para o Oscar 2013 incluem "Les Misérables" e "Lincoln"
Ainda faltam 6 meses para a entrega do OSCAR 2013 mas muitas especulações, apostas e previsões começaram a ser feitas sobre os possíveis filmes que serão indicados. Para a categoria Melhor Filme muitos apostam no esperadíssimo "LES MISÉRABLES", dirigido pelo mesmo diretor de "O Discurso do Rei", o britânico Tom Hooper. Há quem diga que Hugh Jackman, Russell Crowe e Anne Hathaway concorrerão por suas performances. Por ser um filme de época, deve vir uma enxurrada de indicações em categorias "técnicas" como Direção de Arte, Figurino, Fotografia e Maquiagem.
Outros que podem entrar na lista são o visualmente magnífico "THE LIFE OF PI", de Ang Lee ("Brokeback Mountain") e "LINCOLN", nova cinebiografia de Steven Spielberg que traz Daniel Day-Lewis no papel-título do presidente americano Abraham Lincoln, que pode concorrer pela quinta vez (já tendo ganhado 2).
O luxuoso "ANNA KARENINA", de Joe Wright (de "Desejo e Reparação"), adaptação do clássico homônimo de Tolstoy, é outro prato cheio para
diversas estatuetas, incluindo Melhor Atriz para Keira Knightley.
Outro bem cotado é a comédia dramática "HYDE PARK ON HUDSON", de Roger Mitchell ("Notting Hill"), que focaliza um affair que o presidente americano Franklin Roosevelt teve com uma prima distante. Bill Murray está sendo elogiado pelo papel de Roosevelt e Laura Linney como a prima. Ambos podem concorrer.
"ARGO", de um cada vez melhor diretor Ben Affleck ("Atração Perigosa" é excelente), também está na lista de cotados. "THE MASTER", de P. T. Anderson, sobre o criador da Cientologia e "ZERO DARK THIRTY", da oscarizada Kathryn Bigelow, sobre a vigorosa caça a Osama Bin Laden, também estão no páreo. O aclamado "BEASTS OF THE SOUTHERN WILD", de Benh Zeitlin, vencedor de prêmios em Sundance e Cannes, fala sobre a sobrevivência de uma garotinha em uma comunidade caótica no sul dos EUA. "SILVER LININGS PLAYBOOK", de David O. Russell ("O Vencedor"), traz Jennifer Lawrence e Bradley Cooper numa história de reconciliação familiar.
Entre os cotados até o momento para Melhor Ator, além de Day-Lewis, Bill Murray e Hugh Jackman estão o elogiado John Hawkes (de "Inverno da Alma") em "The Sessions", no qual ele interpreta um homem completamente imobilizado em cima de uma cama por causa de uma doença grave, que deseja perder a virgindade antes de morrer. Joaquin Phoenix, retornado das cinzas, também pode concorrer por "The Master".
Entre as atrizes especulam-se, além de Keira Knightley e Laura Linney, sobre a francesa Marion Cotillard no filme belga "De Rouille e D'Os" (Rust & Bone, título internacional), e também a veterana Maggie Smith, que aos 78 anos pode receber sua sétima indicação no papel de uma cantora de ópera aposentada em "Quartet", estreia na direção do ator Dustin Hoffman. A sumida Barbra Streisand também está cotada por "The Guilt Trip", comédia dirigida por Anne Fletcher (de "A Proposta"), em que atua ao lado de Seth Rogen.
Os cotados para Melhor Ator Coadjuvante são: Woody Harrelson em "Seven Psychopaths", o veterano Tom Courtenay (de "O Fiel Camareiro"), aos 75 anos, por "Quartet", Russell Crowe, pelo papel do inspetor Javert em "Les Misérables" e Leonardo DiCaprio no esperado "Django Unchained", de Quentin Tarantino.
Entre as atrizes coadjuvantes as mais comentadas são Annette Bening em "Imogene", Pauline Collins (de "Shirley Valentine") em "Quartet", Jennifer Lawrence em "Silver Linings Playbook", Anne Hathaway pelo papel de Fantine em "Les Misérables" e a ascendente Isla Fisher ("Os Delírios de Consumo de Becky Bloom") em "O Grande Gatsby", de Baz Luhrmann.
Outros que podem entrar na lista são o visualmente magnífico "THE LIFE OF PI", de Ang Lee ("Brokeback Mountain") e "LINCOLN", nova cinebiografia de Steven Spielberg que traz Daniel Day-Lewis no papel-título do presidente americano Abraham Lincoln, que pode concorrer pela quinta vez (já tendo ganhado 2).
O luxuoso "ANNA KARENINA", de Joe Wright (de "Desejo e Reparação"), adaptação do clássico homônimo de Tolstoy, é outro prato cheio para
diversas estatuetas, incluindo Melhor Atriz para Keira Knightley.
Outro bem cotado é a comédia dramática "HYDE PARK ON HUDSON", de Roger Mitchell ("Notting Hill"), que focaliza um affair que o presidente americano Franklin Roosevelt teve com uma prima distante. Bill Murray está sendo elogiado pelo papel de Roosevelt e Laura Linney como a prima. Ambos podem concorrer.
"ARGO", de um cada vez melhor diretor Ben Affleck ("Atração Perigosa" é excelente), também está na lista de cotados. "THE MASTER", de P. T. Anderson, sobre o criador da Cientologia e "ZERO DARK THIRTY", da oscarizada Kathryn Bigelow, sobre a vigorosa caça a Osama Bin Laden, também estão no páreo. O aclamado "BEASTS OF THE SOUTHERN WILD", de Benh Zeitlin, vencedor de prêmios em Sundance e Cannes, fala sobre a sobrevivência de uma garotinha em uma comunidade caótica no sul dos EUA. "SILVER LININGS PLAYBOOK", de David O. Russell ("O Vencedor"), traz Jennifer Lawrence e Bradley Cooper numa história de reconciliação familiar.
Entre os cotados até o momento para Melhor Ator, além de Day-Lewis, Bill Murray e Hugh Jackman estão o elogiado John Hawkes (de "Inverno da Alma") em "The Sessions", no qual ele interpreta um homem completamente imobilizado em cima de uma cama por causa de uma doença grave, que deseja perder a virgindade antes de morrer. Joaquin Phoenix, retornado das cinzas, também pode concorrer por "The Master".
Entre as atrizes especulam-se, além de Keira Knightley e Laura Linney, sobre a francesa Marion Cotillard no filme belga "De Rouille e D'Os" (Rust & Bone, título internacional), e também a veterana Maggie Smith, que aos 78 anos pode receber sua sétima indicação no papel de uma cantora de ópera aposentada em "Quartet", estreia na direção do ator Dustin Hoffman. A sumida Barbra Streisand também está cotada por "The Guilt Trip", comédia dirigida por Anne Fletcher (de "A Proposta"), em que atua ao lado de Seth Rogen.
Os cotados para Melhor Ator Coadjuvante são: Woody Harrelson em "Seven Psychopaths", o veterano Tom Courtenay (de "O Fiel Camareiro"), aos 75 anos, por "Quartet", Russell Crowe, pelo papel do inspetor Javert em "Les Misérables" e Leonardo DiCaprio no esperado "Django Unchained", de Quentin Tarantino.
Entre as atrizes coadjuvantes as mais comentadas são Annette Bening em "Imogene", Pauline Collins (de "Shirley Valentine") em "Quartet", Jennifer Lawrence em "Silver Linings Playbook", Anne Hathaway pelo papel de Fantine em "Les Misérables" e a ascendente Isla Fisher ("Os Delírios de Consumo de Becky Bloom") em "O Grande Gatsby", de Baz Luhrmann.
14 fevereiro, 2012
Minhas apostas - OSCAR 2012
Filme: "O ARTISTA" - os grandes filmes do ano foram: o penetrante "DRIVE", de Nicolas Winding Refn, e o arrebatador "Hugo Cabret", de Scorsese, mas esta bela homenagem francesa ao cinema mudo também merece a honra.
Diretor: MICHEL HAZANAVICIUS ("O Artista") - mas o melhor diretor foi Martin Scorsese, em "Hugo Cabret".
Ator: JEAN DUJARDIN ("O Artista") - não concordo em premiar um ator que não tenha uma carreira de grandes filmes. Receber o Oscar deveria ser uma honra pelo background, por uma vida de ótimas atuações, não apenas a interpretação pela qual concorre. Que carreira tem Dujardin? Ele está bem no filme (embora seja careteiro), aprendeu a sapatear, mas o melhor ator do ano sem sombra de dúvida foi incomparável Ryan Gosling, soberbo em 2 filmes: "Drive" e "Tudo pelo Poder" (ele sim, tem uma carreira de grandes interpretações e mereceria muito mais a estatueta).
Atriz: MERYL STREEP ("A Dama de Ferro") - 17 vezes indicada ao Oscar. A maior atriz viva do cinema mundial. Não há papel que ela não consiga interpretar. Não há sotaque que ela não consiga imitar. Sim, ela já ganhou 2 Oscars, mas ela merece seu terceiro. Viola Davis é uma atriz iluminada, mas a carreira dela é muito pequena perto da magnífica Meryl. Se ela perder, será injustiça parecida com a perda da Judy Garland para Grace Kelly em 1954.
Ator Coadjuvante: CHRISTOPHER PLUMMER ("Toda Forma de Amor" - Beginners) - venho falando deste filme e da performance dele há muitos meses. Chegou a hora deste ótimo ator de 82 vencer a estatueta. Ele também está notável em "Millenium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres" e tem no currículo uma carreira de boas interpretações em filmes como "O Informante", "A Última Estação" e "A Noviça Rebelde". Merece.
Atriz Coadjuvante: OCTAVIA SPENCER ("Histórias Cruzadas") - que carreira ela tem? Nenhuma. Como Dujardin, faz mil caretas, caras e bocas. Acharam que é uma boa atuação. Vai entender. Jessica Chastain mereceria muito mais, pelo mesmo filme (e por outras 2 atuações esse ano em "Árvore da Vida" e "O Abrigo"). Na verdade a melhor atriz coadjuvante do ano foi a inglesa Carey Mulligan em "Drive" e "Shame", mas sequer foi indicada. Incongruências do Oscar.
Roteiro Original: "O ARTISTA" - "Meia Noite em Paris" talvez fosse mais merecedor, mas o prêmio vai para o filme francês, que realmente conseguiu contar em imagens uma boa história à moda antiga, sem efeitos, sem tecnologia, sem a chatice do 3D, sem falas. E ainda assim um filme instigante e encantador.
Roteiro Adaptado: "OS DESCENDENTES" - Terno, sutil e comovente, repleto de cenas primorosas, diálogos espertos e perspicazes. Merece muito. Mas eu ficaria enormemente feliz se premiassem o fabuloso roteiro de "A Invenção de Hugo Cabret".
Fotografia: "A ÁRVORE DA VIDA" - câmera e luz inacreditavelmente bonitos, etéreos, orgânicos com a narrativa do belo filme. O mexicano Emmanuel Lubezki já tem 5 indicações ao Oscar no currículo, incluindo trabalhos magistrais como em "O Novo Mundo" (The New World) e "Filhos da Esperança" (Children of Men). Chegou a hora dele ganhar.
Animação: "RANGO" - "Rio" não concorrer é uma grande falha dos votantes, mas "Rango" merece por ser uma animação magnífica.
Filme Estrangeiro: "A SEPARAÇÃO" (Irã) - Será o primeiro Oscar do país. Incrivelmente merecido. Um filmaço sobre .
Edição: "O ARTISTA"- editado pelo próprio diretor, junto com a francesa Anne-Sophie Bion, de "Micmacs - Um Plano Complicado", de Jean-Pierre Jeunet.
Direção de Arte: "A INVENÇÃO DE HUGO CABRET" - a dulpa italiana Dante Ferretti e Francesca LoSchiavo já concorreu 9 vezes e ganhou 2 ("O Aviador" e "Sweeney Todd") e desta vez, o trabalho da dupla é soberbo em "Hugo Cabret".
Figurino: "O ARTISTA" - o costume designer americano Mark Bridges tem no currículo a série "A Sete Palmos", além de filmes como "Magnólia", "Sangue Negro" e "Boogie Nights".
Trilha Sonora: "O ARTISTA" - a música do francês Ludovic Bource é uma das almas do filme.
Mixagem de Som: "CAVALO DE GUERRA" - tecnicamente esplêndido, o edulcorado filme de Spielberg deve receber apenas essa estatueta.
Edicão de Som: "A INVENÇÃO DE HUGO CABRET"
Efeitos Visuais: "O PLANETA DOS MACACOS" - o realismo da captura de performance dos símios e a interpretação magnífica de Andy Serkis darão esse prêmio ao ótimo e merecedor filme.
Canção: "RIO" - num ano em que a Academia eliminou e desconsiderou todas as boas canções da lista prévia, acabou "sobrando" para a incrível animação de Carlos Saldanha. Merece? O filme sim, mas a canção é carnavalesca demais.
Maquiagem: "A DAMA DE FERRO"
Curta-documentário: "THE TSUNAMI AND THE CHERRY BLOSSOM" - de Lucy Walker, uma das diretoras de "Lixo Extraordinário", que perdeu ano passado. Talvez a Academia queira compensá-la este ano.
Curta de Animação: "LA LUNA" - produção da Pixar, será exibido junto com o próximo filme do estúdio, "Valente" (Brave), que será lançado em Junho. A direção de "La Luna" é de Enrico Casarosa, que estréia como diretor depois de contribuir com os storyboards de "Up - Altas Aventuras" e "Ratatouille".
Curta-metragem: "RAJU" - co-produção da Alemanha com a Índia, fala sobre um casal germânico que adota um garoto órfão indiano chamado Raju, em Calcutá. O menino desaparece, para desespero dos pais adotivos.
Documentário: "PINA" - o famigerado diretor alemão Wim Wenders nunca ganhou um Oscar, apenas foi indicado em 1999 por "Buena Vista Social Club". Sua carreira inclui filmes gloriosos como "Paris, Texas" e "Asas do Desejo". "Pina" é um documentário em 3D sobre a vida da dançarina e coreógrafa alemã Pina Bausch, falecida há 2 anos.
Diretor: MICHEL HAZANAVICIUS ("O Artista") - mas o melhor diretor foi Martin Scorsese, em "Hugo Cabret".
Ator: JEAN DUJARDIN ("O Artista") - não concordo em premiar um ator que não tenha uma carreira de grandes filmes. Receber o Oscar deveria ser uma honra pelo background, por uma vida de ótimas atuações, não apenas a interpretação pela qual concorre. Que carreira tem Dujardin? Ele está bem no filme (embora seja careteiro), aprendeu a sapatear, mas o melhor ator do ano sem sombra de dúvida foi incomparável Ryan Gosling, soberbo em 2 filmes: "Drive" e "Tudo pelo Poder" (ele sim, tem uma carreira de grandes interpretações e mereceria muito mais a estatueta).
Atriz: MERYL STREEP ("A Dama de Ferro") - 17 vezes indicada ao Oscar. A maior atriz viva do cinema mundial. Não há papel que ela não consiga interpretar. Não há sotaque que ela não consiga imitar. Sim, ela já ganhou 2 Oscars, mas ela merece seu terceiro. Viola Davis é uma atriz iluminada, mas a carreira dela é muito pequena perto da magnífica Meryl. Se ela perder, será injustiça parecida com a perda da Judy Garland para Grace Kelly em 1954.
Ator Coadjuvante: CHRISTOPHER PLUMMER ("Toda Forma de Amor" - Beginners) - venho falando deste filme e da performance dele há muitos meses. Chegou a hora deste ótimo ator de 82 vencer a estatueta. Ele também está notável em "Millenium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres" e tem no currículo uma carreira de boas interpretações em filmes como "O Informante", "A Última Estação" e "A Noviça Rebelde". Merece.
Atriz Coadjuvante: OCTAVIA SPENCER ("Histórias Cruzadas") - que carreira ela tem? Nenhuma. Como Dujardin, faz mil caretas, caras e bocas. Acharam que é uma boa atuação. Vai entender. Jessica Chastain mereceria muito mais, pelo mesmo filme (e por outras 2 atuações esse ano em "Árvore da Vida" e "O Abrigo"). Na verdade a melhor atriz coadjuvante do ano foi a inglesa Carey Mulligan em "Drive" e "Shame", mas sequer foi indicada. Incongruências do Oscar.
Roteiro Original: "O ARTISTA" - "Meia Noite em Paris" talvez fosse mais merecedor, mas o prêmio vai para o filme francês, que realmente conseguiu contar em imagens uma boa história à moda antiga, sem efeitos, sem tecnologia, sem a chatice do 3D, sem falas. E ainda assim um filme instigante e encantador.
Roteiro Adaptado: "OS DESCENDENTES" - Terno, sutil e comovente, repleto de cenas primorosas, diálogos espertos e perspicazes. Merece muito. Mas eu ficaria enormemente feliz se premiassem o fabuloso roteiro de "A Invenção de Hugo Cabret".
Fotografia: "A ÁRVORE DA VIDA" - câmera e luz inacreditavelmente bonitos, etéreos, orgânicos com a narrativa do belo filme. O mexicano Emmanuel Lubezki já tem 5 indicações ao Oscar no currículo, incluindo trabalhos magistrais como em "O Novo Mundo" (The New World) e "Filhos da Esperança" (Children of Men). Chegou a hora dele ganhar.
Animação: "RANGO" - "Rio" não concorrer é uma grande falha dos votantes, mas "Rango" merece por ser uma animação magnífica.
Filme Estrangeiro: "A SEPARAÇÃO" (Irã) - Será o primeiro Oscar do país. Incrivelmente merecido. Um filmaço sobre .
Edição: "O ARTISTA"- editado pelo próprio diretor, junto com a francesa Anne-Sophie Bion, de "Micmacs - Um Plano Complicado", de Jean-Pierre Jeunet.
Direção de Arte: "A INVENÇÃO DE HUGO CABRET" - a dulpa italiana Dante Ferretti e Francesca LoSchiavo já concorreu 9 vezes e ganhou 2 ("O Aviador" e "Sweeney Todd") e desta vez, o trabalho da dupla é soberbo em "Hugo Cabret".
Figurino: "O ARTISTA" - o costume designer americano Mark Bridges tem no currículo a série "A Sete Palmos", além de filmes como "Magnólia", "Sangue Negro" e "Boogie Nights".
Trilha Sonora: "O ARTISTA" - a música do francês Ludovic Bource é uma das almas do filme.
Mixagem de Som: "CAVALO DE GUERRA" - tecnicamente esplêndido, o edulcorado filme de Spielberg deve receber apenas essa estatueta.
Edicão de Som: "A INVENÇÃO DE HUGO CABRET"
Efeitos Visuais: "O PLANETA DOS MACACOS" - o realismo da captura de performance dos símios e a interpretação magnífica de Andy Serkis darão esse prêmio ao ótimo e merecedor filme.
Canção: "RIO" - num ano em que a Academia eliminou e desconsiderou todas as boas canções da lista prévia, acabou "sobrando" para a incrível animação de Carlos Saldanha. Merece? O filme sim, mas a canção é carnavalesca demais.
Maquiagem: "A DAMA DE FERRO"
Curta-documentário: "THE TSUNAMI AND THE CHERRY BLOSSOM" - de Lucy Walker, uma das diretoras de "Lixo Extraordinário", que perdeu ano passado. Talvez a Academia queira compensá-la este ano.
Curta de Animação: "LA LUNA" - produção da Pixar, será exibido junto com o próximo filme do estúdio, "Valente" (Brave), que será lançado em Junho. A direção de "La Luna" é de Enrico Casarosa, que estréia como diretor depois de contribuir com os storyboards de "Up - Altas Aventuras" e "Ratatouille".
Curta-metragem: "RAJU" - co-produção da Alemanha com a Índia, fala sobre um casal germânico que adota um garoto órfão indiano chamado Raju, em Calcutá. O menino desaparece, para desespero dos pais adotivos.
Documentário: "PINA" - o famigerado diretor alemão Wim Wenders nunca ganhou um Oscar, apenas foi indicado em 1999 por "Buena Vista Social Club". Sua carreira inclui filmes gloriosos como "Paris, Texas" e "Asas do Desejo". "Pina" é um documentário em 3D sobre a vida da dançarina e coreógrafa alemã Pina Bausch, falecida há 2 anos.
02 fevereiro, 2012
Filmes da temporada - parte 1
"J. EDGAR" (***) - Apesar da maquiagem do envelhecimento dos personagens ser incômoda nos primeiros minutos, o filme do mestre Clint Eastwood tem muitas virtudes. Um roteiro sólido, com um belo arco dramático que percorre a psicologia de um homem às voltas com sua homossexualidade auto-repressora. Di Caprio tem desempenho marcante. O extraordinário ARMIE HAMMER, 25 anos, soube construir com segurança, luminosidade e muitas nuances o Clyde Tolson (e em diversas idades), companheiro de Hoover. Um relacionamento de uma vida toda, casto e longevo, entre dois homens, bonito de se ver, comovente em inúmeras cenas.
"MILLENIUM - OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES" (***) - uma Estocolmo tétrica, acinzentada, uma fotografia escura em excesso (e por isso mesmo, competente), um tour ao universo cruel e gelado dos personagens do livro de Stig Larsson. Por vezes me fez lembrar da ferocidade de "Seven - Os 7 Crimes Capitais", do mesmo David Fincher. Outras vezes me remeteu a "O Silêncio dos Inocentes". Um filme difícil, mas quem conseguir penetrar neste universo mórbido vai ter gratas surpresas no terço final. A destemida ROONEY MARA, 26 anos (parecida com Jennifer Connelly), é uma revelação, com ótimos e intrépidos momentos dramáticos. STELLAN SKARSGARD rouba a cena quando aparece. CHRISTOPHER PLUMMER está excelente como o patriarca. A trilha sonora de Trent Reznor & Atticus Ross (vencedores do Oscar pela música de "A Rede Social") tem acordes atualíssimos e orgânicos com a narrativa. Uma viagem de difícil digestão, para poucos estômagos, mas contada com a qualidade da mise-en-scène do diretor.
"PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN" (****) - Notável estudo da relação insalubre entre mãe e filho. Uma mãe não necessariamente devota e um filho disformemente atroz e cruel. Pouquíssimos diálogos, um roteiro brilhante e aflitivo que conta em imagens o que poderia ser verborrágico e chato. Uma direção lancinante de Lynne Ramsay. Difícil desgrudar os olhos da tela. Fazia tempo que não sentia medo e frio na espinha. EZRA MILLER, de 18 anos, está diabólico: uma interpretação contundente. Arrisco dizer que ele será um dos grandes astros de Hollywood pelo talento.
"OS DESCENDENTES" (***) - o diretor Alexander Payne é um exímio diretor de atores e tem no currículo filmes afetuosos e apaixonantes como "As Confissões de Schmidt" e "Sideways". Aqui ele volta o olhar para relações familiares. Um pai antes desatento tenta reaproximar-se das filhas, enquanto descobre que a esposa, que está prestes a morrer, o traiu. Pode parecer piegas mas Payne tem uma mão pouco açucarada. A glicose dá lugar a momentos espirituosos e sensíveis. George Clooney está enternecedor como um pai e marido quebradiço e fragilizado. O oposto dos homens possantes que comumente interpreta no cinema. A fotografia inteligentemente evita vender o Havaí com paisagens esplendorosas, mas dá vontade de planejar as próximas férias para a ilha do Pacífico. As vistas aqui são internas. E calmas. Arrebatadora a performance da estreante SHAILENE WOODLEY, de 20 anos. A atriz vive a filha mais velha com uma convicção e uma firmeza que dão gosto de ver. Será uma grande atriz em pouco tempo. Um pequeno e brando drama, que merece ser visto por quem sabe o que significa cinema de qualidade.
"O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS" (***) - Compassado e vagaroso, mas salpicado com alguns momentos vibrantes, essa adaptação do livro de John Le Carré ("O Jardineiro Fiel") é repleta de segredos e reviravoltas. Cansativo em determinados percursos, é um filme que requer disposição. A reconstituição de época é primorosa. Gary Oldman tem uma longa carreira de trabalhos excelentes e merece esta primeira indicação ao Oscar. Ele constrói um investigador tácito, observador e silencioso, vindo à tona somente quando necessário. O restante do elenco é de uma altivez acima da média: John Hurt e MARK STRONG sobressaem em personagens complexos, Toby Jones é o baixinho enfezado de sempre e Colin Firth está surpresamente apagado. Quem me chamou muita atenção foi TOM HARDY, rijo e lúbrico, com uma peruca que o faz ficar quase irreconhecível. Um filme moroso, mas com intensas interpretações que valem a pena.
"MILLENIUM - OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES" (***) - uma Estocolmo tétrica, acinzentada, uma fotografia escura em excesso (e por isso mesmo, competente), um tour ao universo cruel e gelado dos personagens do livro de Stig Larsson. Por vezes me fez lembrar da ferocidade de "Seven - Os 7 Crimes Capitais", do mesmo David Fincher. Outras vezes me remeteu a "O Silêncio dos Inocentes". Um filme difícil, mas quem conseguir penetrar neste universo mórbido vai ter gratas surpresas no terço final. A destemida ROONEY MARA, 26 anos (parecida com Jennifer Connelly), é uma revelação, com ótimos e intrépidos momentos dramáticos. STELLAN SKARSGARD rouba a cena quando aparece. CHRISTOPHER PLUMMER está excelente como o patriarca. A trilha sonora de Trent Reznor & Atticus Ross (vencedores do Oscar pela música de "A Rede Social") tem acordes atualíssimos e orgânicos com a narrativa. Uma viagem de difícil digestão, para poucos estômagos, mas contada com a qualidade da mise-en-scène do diretor.
"PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN" (****) - Notável estudo da relação insalubre entre mãe e filho. Uma mãe não necessariamente devota e um filho disformemente atroz e cruel. Pouquíssimos diálogos, um roteiro brilhante e aflitivo que conta em imagens o que poderia ser verborrágico e chato. Uma direção lancinante de Lynne Ramsay. Difícil desgrudar os olhos da tela. Fazia tempo que não sentia medo e frio na espinha. EZRA MILLER, de 18 anos, está diabólico: uma interpretação contundente. Arrisco dizer que ele será um dos grandes astros de Hollywood pelo talento.
"OS DESCENDENTES" (***) - o diretor Alexander Payne é um exímio diretor de atores e tem no currículo filmes afetuosos e apaixonantes como "As Confissões de Schmidt" e "Sideways". Aqui ele volta o olhar para relações familiares. Um pai antes desatento tenta reaproximar-se das filhas, enquanto descobre que a esposa, que está prestes a morrer, o traiu. Pode parecer piegas mas Payne tem uma mão pouco açucarada. A glicose dá lugar a momentos espirituosos e sensíveis. George Clooney está enternecedor como um pai e marido quebradiço e fragilizado. O oposto dos homens possantes que comumente interpreta no cinema. A fotografia inteligentemente evita vender o Havaí com paisagens esplendorosas, mas dá vontade de planejar as próximas férias para a ilha do Pacífico. As vistas aqui são internas. E calmas. Arrebatadora a performance da estreante SHAILENE WOODLEY, de 20 anos. A atriz vive a filha mais velha com uma convicção e uma firmeza que dão gosto de ver. Será uma grande atriz em pouco tempo. Um pequeno e brando drama, que merece ser visto por quem sabe o que significa cinema de qualidade.
"O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS" (***) - Compassado e vagaroso, mas salpicado com alguns momentos vibrantes, essa adaptação do livro de John Le Carré ("O Jardineiro Fiel") é repleta de segredos e reviravoltas. Cansativo em determinados percursos, é um filme que requer disposição. A reconstituição de época é primorosa. Gary Oldman tem uma longa carreira de trabalhos excelentes e merece esta primeira indicação ao Oscar. Ele constrói um investigador tácito, observador e silencioso, vindo à tona somente quando necessário. O restante do elenco é de uma altivez acima da média: John Hurt e MARK STRONG sobressaem em personagens complexos, Toby Jones é o baixinho enfezado de sempre e Colin Firth está surpresamente apagado. Quem me chamou muita atenção foi TOM HARDY, rijo e lúbrico, com uma peruca que o faz ficar quase irreconhecível. Um filme moroso, mas com intensas interpretações que valem a pena.
Assinar:
Postagens (Atom)